SOMOS TODOS CULPADOS
Neste
dia, enquanto conversava com o meu amigo no largo do 1Âş de Maio, assistĂamos
uma efĂgie confusa, decorada com cervejas e cigarros, protagonizada por adolescentes.
O triste semblante, fez-me concluir que sociedade está cada vez mais turva e
que a sua queda é eminente. O choro nostálgicos pelos bons momentos em que a
educação, o respeito, a auto-estima e o valor pela cultura e pelo que é nosso
se avizinha muito rapidamente.
Estas
tristes fitas magnéticas acontecem a vista de todos. Parece agradável ver, adolescentes
beberem e fumam numa imagem 3D. Aqui, Dança-se a música do limbo bem na frente
de quem devia combater esta prática. Meninas saem seminuas, andando em largos
com roupas provocadoras, mas, parece que os pais nĂŁo vĂŞm nada disto. Todos
mergulhamos nesta lagoa de desvalores que ate os peixes tĂŞm vergonha sĂł de
olhar. Estudos indicam que o consumo desenfreados de álcool, tem sido a
principal causa de criminalidade juvenil, a razĂŁo de muitas gravidezes precoces
no paĂs, mas parece que fica-se sĂł nas estatĂsticas.
Criamos
uma sociedade fraca, carregando no seu interior a sĂndrome do cĂłmodo que se expandi
a todos os seus membros. Uma sociedade fraca, nĂŁo se fixa, nĂŁo caminha por si
só, não tem pernas, seus valores são devaneios momentâneos, ou seja, não
conseguem esclarecer a essĂŞncia das suas virtudes. Desconhece o valor, a
importância do legado histórico da sua sociedade, desassocia o endividou da comunidade
a que pertence. A sociedade fraca Ă© a marioneta do individualismo, promove o
egoĂsmo anormal e termina em conflitos entre os seus membros «filho da guerra».
Somos
todos culpados. Podemos negar, fugir a responsabilidade. Mas a verdade Ă© uma
só, somos todos coniventes para a degradação de valores na nossa sociedade.
O
Estado, o ĂłrgĂŁo protector imediato de menores, assiste essa faina atrevida
desprovida de qualquer pingo de descendĂŞncia. Os pais se esqueceram o papel da
educação, direcção, instrução e acompanhamento dos filhos. Assistisse nos
camarotes da omissĂŁo. Como a casa nĂŁo educa, a rua, a internet (redes sociais) os
amigos fazem a vez. A sociedade que devia preocupar-se em construir uma identidade
cultural, Ă© a mesmo que mais tem alavancado estas atitudes. Os mais velhos
adoram crianças, deste jeito, estica-se a corda rezando para que a mesma não
rebente.
Acredito
na tradição e na filosofia UBUNTU, uma linha de pensamento original de povos
africanos, em que o indivĂduo e comunidade possuem um matrimĂłnio inerente. Sou porque
somos, o "eu" e tĂŁo ligado ao "nĂłs" que o "outro"
esconde-se completamente. Deferente de Kant, Tomas de Aquino tal como o UBUNTU,
acreditamos, que a satisfação colectiva baseasse no indivĂduo, logo o indivĂduo
só é feliz quando as pessoas que com ele convivem também são felizes.
Portanto
a doença da sociedade, também é nossa. A perca de valores, reflecte-se
profundamente em nĂłs. SĂŁo nossas filhas, nossos primos, sobrinhos que bebem
dispersamente por estes largos, sĂŁo nossas sobrinhas que sĂŁo exploradas
sexualmente. Somos nĂłs os assassinos dos nossos valores. Sempre que olharmos e
fingirmos nĂŁo ver, seremos sempre culpados pelos males que nos enfermam.
By: Nlando Tona
Post a Comment