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OLHOS, (RETRATO PRETO E BRANCO DA NOSSA CAPITAL) NOS OLHOS


Passos por cá outros acolá, rápidos maioritariamente, todos tem pressa, por isso Ă© melhor saĂ­res do caminho ou arranco-te dai. Prenda, Benfica, Mutamba, ouve-se ao longe o canto dos que mapeiam a cidade em embarcações revitalizantes “a voz da cidade”.

Cidade agitada, - Há quem lhe chame o berço do stress, mas também - Há aquém diz ser o paraíso dos que querem subir na vida. Talvez seja por isso que aqui tudo é tão rápido aqui, os detalhes ficam á mercê da insignificância, vagando no interno desconhecimento desconfortante.

Poucos param prá o simples acto de olhar, sim, olhar nos olhos. Dizem que os olhos são o espelho da alma não é mesmo? Um olhar pode dizer muito mais de que um milhão de palavras. Nesta cidade de prédios altos e hotéis com preços altos, não se olha. Quando se para prá olhar sem pressão e com redobrada atenção, vê-se a carnificina que esta nossa capital oferece aos seus cidadãos.

Balconistas destratam seus clientes, taxistas fazendo vias curtas, sem dinheiro não tem conversa, meninos engraxando coberto de sol no solo da nossa capital. É tudo complicado aqui na minha capital. Quando paro e olho nos rosto das pessoas de manhãzinha, a interpretação do semblante e sufocante. No bairro o canto e de lamentações, ou pela crise ou do senhor que enriquece junto com seus familiares e por fim, pedem-nos para mudarmos os hábitos alimentares, e eles, será que deixaram de comer do bom bife, da boa picanha, do bom caviar? Os merecidos produtos gastrónomos da realeza?

 Ă‰ tudo muito estranho se prestares atenção, a insegurança toma conta da vida dos que cá residem; as necedades aniquilam os sonhos; a moral passou de uma virtude para mesquinha ilusĂŁo no espĂ­rito dos que ainda conseguem sonhar. Aqui todos endurecem, mas alegam crescer, ate uma criança estĂşpida endurece quando aprende o que Ă© dor, diferente do crescer.

Mas também o que esperavam, concentraram tudo no mesmo lugar, monopolizaram em demasia a cidade, sufocaram-na sem hipótese de respirar. Por isso ela soa em várias esquinas a suas tristezas, o seu descontentamento, é visível no rosto da sua gente. Quando se asfixia o coração não se deve esperar um funcionamento harmonioso dos restantes órgãos, ou seja, os outros perdem a habilidade do trabalho em equipa, ficando simplesmente o uivo desesperado que agrada nada mais que a opressão.


E a cidade continua a crescer em ritmo desconcertante, o que a vai parar? Resta-nos aceitar, nos conformar ou fugir. Procurar em outros solos, solos ainda nĂŁo mortos. Procurar criar uma comunidade humana. Aldeia talvez, Ă© que “selva de pedra endurece o peito”. A Cidade pode ser tudo, ainda que nele nĂŁo estejam plantados prĂ©dios enormes, gente que ensina como consumir, como ostentar ao invĂ©s de viver. Na cidade todos sĂŁo importantes, mas na aldeia, o que importa mesmo Ă© ser membro. Olhando nos olhos dos seus, consegues ver-se a sĂ­ mesmo, como na altura em que nĂŁo havia espelho.

By: Nlando Tona

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