QUEM NAO COMPROU O ALBUM NO MINIMO SE MENTIU
Em 2004 ou 2005 tudo
era mais bonito, mais movimentado, ruas e becos com poeiras de entusiasmos. Euforia
e confrontação lĂrica nos manos eram indescritĂveis. Era sair de casa, com uma
enorme ânsia de assistir mais uma batalha lĂrica, nĂŁo escrita e tĂŁo pouco
combinada, como as que se promovem hoje em dia. As ruas tinham um carácter
violento. Verdadeiros palcos de batalhas, e protestos.
Naquele tempo, nĂŁo
havia muito essa divisĂŁo de velhos e novos, escolas ou faculdades. Todos
assistĂamos e apreciávamos o Rap de forma mais dura, em batalhas ou em plateias
batendo palmas ou instigando para mais uma ronda.
IncrĂvel Ă© o que cota
AFRO BLECK fazia em rompimentos, derrubava quase todos os niggas da banda. Há
quem diga que, o Ăşnico que foi capaz de lhe fazer frente foi a cota
KONTRATODOS. Mas tambĂ©m, com aquela sagacidade toda, seria impossĂvel passar despercebido
o seu volume lĂrico e intelectual.
Era um puto parolo e
sem noção de certo. Quando saia de casa, era para sentar nas cadeiras de cima
na escola do Ciclo, aquela escola já nos deu muitas actividades de hip-hop para
nunca esquecer. O campo era pequeno prá tanto EGOCENTRISMO, UNDERGRONISMO e HARDCORRISMO.
Da TGFA saia o NAZI com
um formata mais clássico, NA BAIXA o que hoje é o 100 DOLAREZ. Para os que
gosta de algo mais pesado, tinha o PURGATÓRIO e os ANTROPOFOGOS a fazerem o cenário
escurecer com versos sĂłbrios. Alguns versos ficaram no tempo: O Soyo Ă© uma
miséria alias perdão, é 2 misérias, alias perdão é mais misérias. "Estas
cotas".
Havia um grupo em que
tinha um nigga que curtia marrar a camisa na cabeça, muito forte, à ALIANÇA RARA.
TINHA outro com uma estrutura corporal mais elevada, com uma BANGA de digna do
seu nome, o grupo talvez era MOST BANG. Num passado não muito distantes ficávamos
na plateia acompanhar cada rima, cada grito de exaltação.
SĂł para que saibas, o
grupo P STREET está nas entranhas do movimento Rap Soyo, mas do que se pode
pensar. Embora os seus membros tenham origem de grupo diferentes, é imensurável
a sua contribuição para a continuidade do movimento.
Independentemente das
diferenças ideológicas, o respeito que nutro por estes Mcs não tem mensura.
Seria pecado não afirmar que os mesmos têm sido o centro de inspiração de
muitos jovens, fazedores de hip-hop e certamente continuarĂŁo a estimular mais
jovens, pela sua persistência, perspicácia e vontade de vencer.
Portanto, nĂŁo comprar o
álbum seria um acto de covardia pura. Não somente pelo grupo, mas por virar-se
e fechar as portas ao desenvolvimento da música local. Alguém escreveu isto e
eu assino em baixo: Vamos fazer coisas novas e valorizar as antigas pois elas
sĂŁo as nossas raĂzes.
By; Nlando Tona
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